Abdominoplastia: o que é?
A abdominoplastia é uma cirurgia que remove o excesso de pele e gordura da barriga, deixando o abdome mais firme e definido. É muito procurada por quem passou por grandes mudanças no corpo, como após a gravidez ou emagrecimento. Quer saber mais sobre como ela funciona? Continue lendo!
A abdominoplastia é uma junção de vários procedimentos, constituída por múltiplos tempos cirúrgicos, e se propõe a corrigir tanto deformidades de pele (excesso de pele, comum após gestações) quanto de musculatura (caso das hérnias e da diástase de reto).
O corte geralmente é feito bem embaixo na barriga, próximo de onde ficaria a cicatriz de cesárea. Se estende até as cristas ilíacas (a parte do quadril que fica saltada na pelve).
O cirurgião então descola toda a pele e a gordura do subcutâneo do músculo, permitindo assim a visualização de toda parede abdominal. Com isso, torna-se possível corrigir as hérnias – o procedimento chama herniorrafia, e se trata da rafia, ou seja, da costura, dos orifícios das hérnias.
Neste momento também é feita a aproximação dos músculos retos abdominais com pontos (procedimento que se chama plicatura). Ilustro com uma imagem:

Depois que a parte muscular for tratada, procede-se para o tratamento da pele. A pele é esticada para baixo e todo o excedente é removido.

Neste momento nos questionamos – e o umbigo, o que acontece com ele?
Podemos imaginar o umbigo como um botão – fazemos um corte redondo ao redor dele (como se fosse uma casa de botão) e levamos toda aquela pele para baixo. Com isso, o umbigo fica preso na musculatura mas escondido pela pele que levamos para baixo. O próximo passo é “abrir uma nova casa de botão” – fazemos um corte por cima da pele e exteriorizamos o umbigo pelo novo buraco. Mas é o mesmo umbigo, só mudou a pele que ficava ao redor dele.
Pode ser necessário o uso de drenos (pois a área que foi descolada é muito grande e isso gera um grande acúmulo de líquido – que precisa ter como sair) – e o seu tempo de permanência varia de paciente para paciente e com o esforço realizado no pós operatório (quanto mais esforço, mais líquido, e portanto mais tempo com o dreno).
Com isso é realizado o tratamento das duas alterações – hérnia umbilical e diastase de reto.
Os riscos incluem infecção e abertura dos pontos no local da cirurgia (muitas vezes recebe receita de antibiótico profilático que deve usar de 5 à 10 dias), trombose (geralmente os pacientes vão para casa tomando um anticoagulante profilático na forma de injeção por uma semana pois o risco é aumentado), pneumonia (é importante andar o mais precoce possível para evitar o risco de pneumonia), anemia e hematoma (se o hematoma ocorrer logo após a cirurgia pode ser necessário uma nova abordagem – muitas vezes na mesma internação – para achar o foco de sangramento). Em geral as complicações são pouco frequentes.
A recuperação no hospital é rápida, e a paciente recebe alta no dia seguinte ou no máximo após 2 dias. Deve permanecer afastada de suas atividades laborais por uma média de 10 a 15 dias. Os cuidados pós operatórios incluem evitar esforço abdominal (inclusive nas atividades do dia-a-dia, por exemplo na hora de se levantar da cama deve virar de lado antes para não usar a força abdominal, cuidado ao tossir e espirrar, etc), evitar exercícios físicos, não levantar peso, andar um pouco curvada para a frente (pois como a pele andou para baixo ela precisa de um tempo para esticar e possibilitar que a paciente ande ereta). O acompanhamento é feito no consultório do cirurgião, em geral com 1 semana, 15 dias, 1 mês, 3 meses e 6 meses; após esse período o seguimento é anual. Após 3 meses pode-se voltar à vida normal, exercendo todas as atividades.
Vamos falar em outro post sobre a diferença com a lipoaspiração e esclarecer os termos que aparecem mais na mídia, como lipoescultura. Fique ligada!